Inovação para a transição energética

GRI 3-3

O setor elétrico brasileiro entrou em um novo momento, que exige uma série de mudanças disruptivas, tanto na forma de geração quanto na transmissão e distribuição de energia elétrica. Os desafios relacionados à Transição Energética, materializada na Descarbonização e Eletrificação, Descentralização e Digitalização, impõem a necessidade de uma visão de P&D integrada com a inovação e com as bases do Desenvolvimento Sustentável, levando em consideração o aspecto do desenvolvimento econômico, social e a preservação do meio ambiente.

Todo esse processo também exige o desenvolvimento de fontes renováveis, combinadas com formas mais eficientes e sustentáveis de geração de energia, apresentando-se como um fator crítico para o alcance de metas ambientais a longo prazo, como a redução das emissões de Gases de Efeito Estufa e metas estabelecidas nacional e internacionalmente. Nesse contexto, novos riscos e oportunidades precisam ser observados pelas empresas do setor elétrico e de outros setores, com maior demanda por conhecimento científico e Projetos de P&D que promovam a inovação e o desenvolvimento sustentável.

Diante deste cenário, os projetos de pesquisa desenvolvidos no Departamento de Transição Energética e Sustentabilidade (DTS) do Cepel buscam responder às novas expectativas e trazem benefícios de alinhamento com as necessidades do mercado. Isso porque os critérios ambientais, sociais e de governança (ESG) são cada vez mais usados para avaliar empresas e ajudar os investidores a evitar aquelas que podem representar um maior risco financeiro e buscar as que apresentam maior rentabilidade e criação de valor. Além disso, outras áreas do Cepel também possuem projetos fundamentais para a Transição Energética, tanto na Diretoria de Tecnologia - DT, quanto na Diretoria de Laboratórios e Serviços Tecnológicos - DL. Um exemplo disso é o Laboratório Smart Grids, localizado na unidade Adrianópolis.

Na área de energia solar, o Centro firmou acordo com a Eletrobras e Enertech, uma desenvolvedora e investidora em energia limpa apoiada pelo governo Kuwait, para estabelecer a implantação de soluções modulares proprietárias de contêineres solares e armazenamento em comunidades da região amazônica.

O acordo estabelece os termos da doação de um contêiner feita ao Cepel pela EnerTech. A iniciativa está em linha com o “Pacto para descarbonização da matriz elétrica de sistemas isolados da Amazônia substituindo a geração de diesel por energia limpa, renovável e acessível”, lançado em setembro de 2021.

O Cepel atuará como braço técnico da Eletrobras na avaliação de soluções já existentes, como o Sistema Container Enertech, e ainda na de novas soluções que tenham potencial de aplicação no programa de descarbonização da Amazônia.

Na área de energia solar, o Centro firmou acordo com a Eletrobras e Enertech, uma desenvolvedora e investidora em energia limpa apoiada pelo governo Kuwait, para estabelecer a implantação de soluções modulares proprietárias de contêineres solares e armazenamento em comunidades da região amazônica.

No caso específico do Container Enertech, o Cepel terá participação numa fase inicial, prevista para dois meses, a ser realizada no Laboratório de Smart Grids, na Unidade de Adrianópolis, para preparação e avaliação de parâmetros do sistema necessários para uma fase posterior, também com o apoio técnico do Cepel, de acompanhamento do desempenho do sistema no campo, por cerca de dois anos.

sustentabilidade ambiental

Ao final da fase experimental em campo, o contêiner doado pela EnerTech retornará à Unidade Adrianópolis do Cepel, onde será utilizado para fins de pesquisa sobre microrrede ilhada ou MIGDI – Microssistema Isolado de Geração e Distribuição de Energia Elétrica.

No âmbito da Carteira de Projetos Institucionais da Eletrobras, diversos projetos realizados em 2022 foram classificados na categoria Transição Energética, são eles:

  • AAEXP - Avaliação Ambiental Estratégica no Planejamento da Geração, com subprojetos de desenvolvimento metodológico de estudos de Pegada de Carbono e Pegada Hídrica aplicados às Usinas Hidrelétricas (UHEs), Centrais Geradoras Termelétricas (UTEs), Linhas de Transmissão (LTs) e Parques Eólicos
  • CHEIAS - Controle de cheias com Informações Macro Climáticas
  • CRESP-FV - Suporte à Plataforma Solar de Petrolina
  • ELEKTRA - Modelagem e Otimização de LTs
  • H2V - Balizamento para Domínio Tecnológico do H2 Verde
  • HELIOTERMICA CHESF - Suporte nas Plantas Heliotérmicas do Centro de Referência em Energia Solar de Petrolina -CRESP
  • HELIOTERMICA FURNAS - Suporte no Desenvolvimento de Coletor Calha Cilindro- Parabólica
  • IGS - Sistema de Indicadores de Sustentabilidade Empresarial
  • MUDCLIMA - Mudanças Climáticas nas Previsões Hidrometeorológicas e estabelecimento de um índice de vulnerabilidade às mudanças climáticas para as populações vulneráveis no entorno de empreendimentos de setor elétrico
  • ServSiss - Desenvolvimento de indicadores e metodologia de avaliação de Serviços Ecossistêmicos relacionados à atuação das empresas Eletrobras
  • EMISFERA - cálculo de emissões de Gases de Efeito Estufa
  • SINV-GTRH - estudos de usinas reversíveis
  • IGS IoT - IGS - Sistema de Indicadores de Sustentabilidade Empresarial com uso de internet para aquisição de dados de variáveis de água e energia
  • TECIL e Geração Eólica P90, que têm o objetivo de definir uma metodologia com base em normas e em experiências anteriores, reduzindo significativamente as subjetividades do processo e fornecendo informação relevante sobre as incertezas envolvidas no cálculo de produção energética de um parque eólico.

Na área de hidrogênio, destaca-se a participação do Centro na elaboração do Plano de Trabalho Trienal do Programa Nacional do Hidrogênio (PNH2), disponibilizado recentemente pelo Ministério de Minas e Energia para consulta pública.

Projetos relacionados a mudanças climáticas

GRI 3-3, 305-1, 305-2, 305-3, 305-4, 305-5, 305-6, 305-7

Diante de temas de interesse global, como energia limpa e sustentabilidade ambiental, o Cepel atua oferecendo suporte às empresas Eletrobras e ao setor elétrico brasileiro por meio do desenvolvimento de projetos de pesquisa que visam reduzir os efeitos das mudanças climáticas. Nesse contexto, é fundamental citar os seguintes projetos e linhas de pesquisa em andamento:

  • Emisfera - desenvolvimento, manutenção e suporte às empresas Eletrobras na contabilização de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) para a elaboração de inventários de emissões e gerenciamento da estratégia climática
  • Precificação de Carbono - desenvolvimento de estudos para adaptação das empresas do setor elétrico brasileiro às iniciativas de implementação de instrumentos de precificação de carbono no Brasil
  • Pegada de Carbono - desenvolvimento de estudos direcionados para a quantificação das emissões de GEE no ciclo de vida de empreendimentos de geração e transmissão de energia elétrica, analisando todas as etapas, desde a extração de materiais e matérias-primas até o descomissionamento
  • MudClima - estudo realizado para avaliar as principais consequências das mudanças climáticas sobre as atividades de geração e transmissão de energia no Brasil e apresentar propostas para estratégias de adaptação.

O principal propósito do desenvolvimento dos projetos de pesquisa do Cepel relacionados às mudanças climáticas é fornecer apoio técnico em questões de natureza científica e prestar serviços tecnológicos especializados que visam suprir lacunas de conhecimento ou capacidades, bem como avançar na investigação científica de questões direcionadas para as necessidades das empresas do setor elétrico brasileiro.

A elaboração de políticas, compromissos, objetivos e metas para as empresas do setor passa pelo conhecimento do cenário interno de emissões (Emisfera), das possibilidades de políticas públicas que afetam os negócios (Precificação de Carbono) e da definição de estratégias de adaptação (MudClima).

Os projetos Emisfera e Pegada de Carbono estão constantemente apresentando resultados quantitativos de emissões de GEE, que são regularmente analisados por uma sistemática que avalia a eficácia das medidas de gestão e direciona os esforços para o estabelecimento de novas metas e estratégias relacionadas às mudanças climáticas.

Emissões de gases de efeito estufa (tCO 2 e)*

Escopo

2022

2021

Escopo 1

Emissões diretas1

517,41

492,05

Escopo 2

Emissões indiretas provenientes de aquisição de energia²

50,00**

631,47

Escopo 3

Outras emissões indiretas³

313,00

239,37

Total geral

880,41

1.362,89

* Os cálculos de emissões de GEE são realizados pela plataforma Emisfera, desenvolvida pelo CEPEL, que segue as diretrizes do GHG Protocol e do IPCC para contabilização de emissões de gases de efeito estufa em empresas.

** A redução de emissões do escopo 2 ocorreu porque o Cepel, em 2022, passou a utilizar energia limpa, optando por contratar energia de fontes renováveis, através do Mercado Livre de Energia.

1. Gases considerados: CO2, CH4, N2O e SF6;

2. Gas considerado: Dióxido de Carbono;

3. Gases considerados: CO2, CH4, N2O